14 de dezembro de 2010

Sinto a falta de uma forma estranha de sentir


sei e sinto o que me percorre as pernas, os braços e as mãos. reconheço o palpitar inquieto que me bate no peito. mas sabes, não existo só quando a pulsação é forte. não existo somente na pulsação. sou grande demais para tal. eu sei, eu sei que nada existe para além disso. mas eu existo, garanto-te.

não paro. onde estás? onde está a chave? onde começa o mundo? onde está esse começo que me faz correr? correr depressa, para sentir tudo, o vento e as gotas de água no rosto. estou perdida. quero-te aqui. agarra-me . aquece-me. reconforta-me ao vento e deixa que a chuva nos molhe .

confusa, estou confusa. minto! Confuso é o mundo, onde deixo as minhas costuras perto de ti e de todos e onde, ponto atrás de ponto, me rompem e corrompem as memórias, os sentimentos.

nisto já é noite e continuas a ser miragem no rosto de alguém. ilusão. pura ilusão que me consome. espera.. mas tu ainda existes. existes-me. és real... mas longínquo.

olha … só quero o sonho que nos despertou. posso dormir?