29 de fevereiro de 2012

não te esqueças

respira. não te esqueças de o fazer. e, por favor, tem cuidado com o ar que te circunda. afasta-te, se for preciso. mas respira. respira fundo. não te esqueças.
vive. não sobrevivas. e, por favor, trata de ser feliz. não te esqueças.
corre. não te esqueças de correr. no conhecido e no desconhecido. na novidade e na rotina. cansa-te. e liberta-te, por favor.
faz valer a pena,por favor. e se não valer a pena, não fiques, mas respira. não te limites a sobreviver e corre. procura. insiste. resiste.

26 de fevereiro de 2012

lembrete

nada abala mais a minha sanidade do que eu mesma.

23 de fevereiro de 2012

- mas é por ti?
- não, é porque é o melhor.
- mas se não é por ti, como pode ser melhor?
- porque há algo mais importante e que se sobrepõe a mim.
- desculpa, mas isso não é possível. se não te pões em primeiro plano nunca te respeitarás, como esperas então que te respeitem?

22 de fevereiro de 2012

rock-paper-scissors

vivemos na certeza errada de que tudo declina.é certo que os verbos se tornam sempre passado. que o saber tem sempre fome. que o conhecer abraça a curiosidade.e que o adeus arrasta a saudade. vivemos numa roda-viva onde o papel-tesoura-pedra dita o momento que segue, enquanto um ou outro dado é lançado na sorte esperançada da saída d'um 6 para cortarmos caminho. somos seres inquietos e ansiosos onde, num abrir e fechar de olhos, damos um passo maior do que as próprias pernas. ponderação? é um termo esquecido e menosprezado.vivemos na certeza errada de que tudo declina mas não há desculpa ponderável enquanto a cara-ou-coroa for ditadura.

19 de fevereiro de 2012

letras soltas e frases curtas

letras conjugadas na esperança de encontrar a combinação perfeita de palavras que descrevem o que em mim trago. vestígios de pessoas e momentos. rascunhos do que sou ou do que pretendo alcançar. não escrevo versos perfeitos nem sou constante. sou letras soltas e frases curtas. reflexos, as letras que escrevo são apenas reflexos de mim. não me definem. se me lês, não me conheces. conheces a minha sombra, porque os detalhes não os quero mostrar. não os sei mostrar. não me tentes definir pelo que lês, nem pelo que de mim mostro. sou mais que isso. uma equação sem fórmula, um livro sem letras maiúsculas. pedaços do mundo. os sons das teclas em que escrevo são a minha melodia, sempre diferente, ora reticente, ora violenta e imparável. e quando escreve, ó.. quando escrevo não sei do que falo. não sei se são os meus medos, não sei se são os meus sonhos, não sei se são os meus desejos. juro, eu não sei.quando escrevo, sei que me liberto.e tu, tu que me lês, não te prendas àquilo que liberto e que eu própria desconheço,na vontade de me conhecer.
 sair-te-á o tiro pela colatra.

18 de fevereiro de 2012

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pus-me preso às minhas ordens
pra não me perder de mim.
josé de almada negreiros

15 de fevereiro de 2012

um corpo partido

um copo partido, vidros espalhados pelo chão. a minha mão sangra, só o golpe faz com que o coração bombeie sangue mais intensamente. nada sou para além de vazio. tenho saudades. tenho saudades de ser a loucura que apelida o amor. quem me fechou nesta bolha? como posso sair dela? quero viver. só quero viver e sentir cada palpitar do meu coração como meu impulsionador. só assim me conheci em estado pleno de felicidade. não gosto de sombra nem de ser feliz sozinha. quero partilha. quero adormeceres apaixonados e acordares aconchegantes. quero a chuva que perde relevância se a minha mão estiver entrelaçada numa outra. quero o pôr-so-sol que se esmurece enquanto o coração engrandece. onde está o reset para medos absurdos? onde andas tu, cara-metade? cá vagueio enquanto hesitas chegar. não tenho pressa, mas estou ansiosa. tenho o mundo à cabeceira, disposto a ser partilhado. só tens de me encantar e assolapar. traz contigo as borboletas no estômago e a diferença do banal. traz a rebeldia e a assertividade na hora certa. traz ouvidos atentos e sinceridade. traz amor, traz desejo. não precisas de trazer promessas vãs porque especulações e expectativas não são o meu forte. só te quero tanto para mim quanto serei para ti.
um copo partido, vidros no chão e é desta.. não quero a mesma canção.

13 de fevereiro de 2012

vasculhando

Vou começar, mas não no início! Vou começar atrás daquilo que se espera. Um começo sem expectativas, desejos, sonhos nem imposições. Um começo deambulante e incerto, capaz de surpreender e de ser surpreendido. Um começo interdito a desilusões, pois nada há previsto. Um simples começo.. sem partida nem chegada.


Quando chegares, serás bem recebido! Aqui te espero, no princípio do meu fim
30 maio 2008

9 de fevereiro de 2012

"In individuals, insanity is rare; but in groups, parties, nations and epochs, it is the rule."


— Friedrich Nietzsche