16 de abril de 2015

diz-que-disse

assemelho o jogo do diz-que-disse ao percurso de uma barata tonta a fugir da sua sentença de morte declarada pelo dono do território invadido.
a barata, coitada, ganha proporções desmesuradas, causadas pelo nojo e repugna sentida pelo proprietário. duas missões: vê-la morta por um lado, sobreviver no outro.
o discurso, esse perde-se da sua função inicial, deturpa-se, perde a lógica pelo qual foi concebido.
a barata, estonteada, continua em círculos a tentar fugir sabe-se lá bem para onde..um buraco, uma zona inacessível, um sítio secreto até (e sobretudo) para o propietário. Existem sempre vantagens em ser-se em pequena escala, em tempos de guerra um metro quadrado transforma-se num país inteiro.
o discurso, perdido de si e entregue a outros, tenta reestruturar-se e voltar ao que era no seu propósito inicial. Uma sopa de letras com limite de palavras. duas missões: deixar as palavras entregues aos demais por um lado, aprender a esperar por outro.
antes a barata, antes a barata..está mais predisposta a vencer na adversidade.



4 de abril de 2015

viagem

as viagens, enquanto o caminho que nos leva ao destino, servem para intropeções, para colocar os pensares no devido lugar. a viagem, para mim, é papel e caneta. embalada pela velocidade, inspirada pela vista fugaz da paisagem. assim é a vida, ou melhor, assim vivemos a vida - a alta velocidade. e nada melhor do que ajustar velocidades, pois nao importam os 120km/h, estás parado, deixas-te levar.
 
 

3 de abril de 2015

sempre o universo.

o destino tem uma lógica própria, que transcende o pensar comum.
o que aconteceu, o que poderia ter acontecido e o que virá a acontecer não passam de equações complexas, sem lógica matemática aplicável. 
a variedade, no seu estado pleno. variedade alheia ao que somos, ao que esperamos ser, ao que poderíamos ter sido. 
o julgar que acaba atropelado pelo inesperado, pela bofetada de luva branca.
o nada fazer que é fazer tanto.
o fazer tanto e nada mudar.
o viver, o sentir, o deixa andar , o esperar, o correr atrás, o controlo utópico, as especulações, o alcançar, o gostar, o cuidar.
... o universo, sempre o universo.