16 de abril de 2015

diz-que-disse

assemelho o jogo do diz-que-disse ao percurso de uma barata tonta a fugir da sua sentença de morte declarada pelo dono do território invadido.
a barata, coitada, ganha proporções desmesuradas, causadas pelo nojo e repugna sentida pelo proprietário. duas missões: vê-la morta por um lado, sobreviver no outro.
o discurso, esse perde-se da sua função inicial, deturpa-se, perde a lógica pelo qual foi concebido.
a barata, estonteada, continua em círculos a tentar fugir sabe-se lá bem para onde..um buraco, uma zona inacessível, um sítio secreto até (e sobretudo) para o propietário. Existem sempre vantagens em ser-se em pequena escala, em tempos de guerra um metro quadrado transforma-se num país inteiro.
o discurso, perdido de si e entregue a outros, tenta reestruturar-se e voltar ao que era no seu propósito inicial. Uma sopa de letras com limite de palavras. duas missões: deixar as palavras entregues aos demais por um lado, aprender a esperar por outro.
antes a barata, antes a barata..está mais predisposta a vencer na adversidade.



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