15 de novembro de 2010

demoras?


Vem! vem deitar-te comigo e vamos perder-nos no vazio, sem implicações nem outras intenções. vem! vem olhar-me nos olhos, e (re)ver-te em mim. vem! vem (re)decorar tudo o que tão bem já sabemos. vem! deixa que o tudo o que é meu se perca em ti e que, deste modo, o que temos se torne único. vem! vem habitar por completo a minha memória.

14 de novembro de 2010

nobody knows it.


Não me deixes partir zangada a pensar disparates. corre. corre atrás de mim e desperta-me outra e outra vez. não me deixes fugir. acorda-me,por favor, acorda-me! lembra-te do que me disseste e repete-o vezes sem conta. se nem assim for suficiente, encosta-me à parede e faz-me sentir o que só tu alcanças. não desistas. não me deixes fugir. eu não quero ir embora. não me deixs ir embora. manda fora os meus medos, só tu o consegues fazer. vem sorrir, comigo e para mim.

13 de novembro de 2010

sentidos excessivos.


toco. fujo. volto. passo. corro. morro. cresço. subo. caio. sinto, sinto muito.

9 de novembro de 2010

devaneio


espera.
deixa-me maquilhar as feridas e as cicatrizes, não quero que me olhes com pena, não quero que me desvendes o passado. se o fizeres... não vou cá estar quando me procurares.
espera.
e irei sorrir com vontade, desprender-me de costumes.
espera.
e os silêncios serão vistos como momentos que não têm nem devem ser preenchidos.


não sei quem me espera.. mas a minha procura vai acontecendo. e nisto (me) remendo com retalhos largados ao vento.

7 de novembro de 2010

Repara

Repara,
ainda bate. e a cada passo a vida corre mais depressa. o cair é rápido e o levantar mais fugaz, menos sofrido.
Repara,
já não escorrego nas palavras boas, nem nos gritos maus.
Repara,
mesmo quando bate, não sei porque bate. nem o que procura. não sei se te procuro, se nos procuro, não sei, juro...eu não sei.
Repara,
perdemos-nos algures, no passado. e dei pela tua saída quando a porta bateu e, dessa vez, a campainha não tocou logo de seguida.
Repara,
escondo-me atrás das palavras. cobarde. não tenho rosto e desenho linhas perfeitas recheadas de palavras iguais. palavras iguais? minto, são palavras acusadas que serão julgadas.
Repara,
gostar demais, dar demais, pensar demais, errar demais, esquecer demais, provocar demais, atacar demais. demais? ou de menos? não sei, juro...eu não sei.
Repara,
encho-me de memórias. e quando me perco nelas, tenho medo, juro, eu tenho medo.
Repara,
sou amnésica quando as palavras me apunhalam o peito.
Repara,
isto não é nada. nem o que parece, nem o que não é. nada se relaciona.
Repara,
dói no tempo. e olha, o tempo dói.
Quero descalçar-me de tudo o que me aperta e me distorce.
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