27 de setembro de 2012

a persistência dos pesos.

é pesado.as costas cedem à força sobre elas exercida, o passo diminui, a velocidade abranda. a meta final parece mais longe do que é, na realidade. 
é pesado. as costas começam a doer, as pernas param,a velocidade estanca.
transferiu o peso para o chão e sentou-se ao seu lado.
(sempre gostou da calçada, mesmo em dias de chuva)
as costas já não tinham o peso, mas a sensação continuava lá. 
tentou descansar mas não descansou. não conseguia deixar de olhar para o peso que suportava e que agora  ali estava, aparentemente imóvel e inofensivo, no seu lado direito.
aparentemente imóvel e inofensivo.. as aparências pressionam-nos, bloqueiam-nos.é, as aparências iludem-nos.
levantou-se e deixou o peso para trás. ao fim de uns quantos passos e metros percorridos, falta-lhe o ar, doem-lhe as costas e a velocidade abranda (novamente).
pesos que não nos deixam, mesmo quando os tentamos abandonar.
pelo menos persistência é uma coisa que não lhes falta. 


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