um banco que espera que o acaso lhe traga vida. um banco que vive do
que os outros lhe pedem. um banco que sempre espera e, quando mais do que um o
conhece, em simultâneo, não lhes falha. um banco sempre com espaço para mais um. um banco que guarda segredos e conhece muito
de muitos de vós. um banco sem voz, que vazio se sente desprotegido.
chegam eles, de mão dada e de corações quentes. regressam ao sítio que
os uniu com o mesmo sorriso que ali esboçaram pela primeira vez. chegam eles e
sentam-se. ela cruza as pernas à chinês e ele sorri, aconchegando-se. recordam
memórias, falam de projectos futuros, apaixonam-se e desapaixonam-se vezes sem
conta num único instante. a mão entrelaçada na outra é complementada pelo
abraço apertado que faz parar o tempo. o nevoeiro desaparece deixando ficar a
chuva em sua vez. um pingo, dois pingos, três, seis, mais sete pingos que caem
intermitentemente. nem eles, nem o banco se apercebem… o tempo parou ali.um minuto, dois, três, cinco minutos… o tempo volta a ganhar vida e a
roupa está molhada. levantam-se, viram costas e começam a andar. não importa o que se passou nesse espaço de
tempo, o mundo nem sempre é a casa deles....o mundo nem sempre é a nossa casa.
e o banco lá fica, pacientemente, esperando mais encontros e
reencontros, neste ou em qualquer outro mundo.
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