tropeçar nos vazios que se julgam arrumados e esquecidos.
mas um vazio não se arruma, muito menos
faz tropeçar.
tropeçar na vontade de preencher o vazio
que persistentemente paira sobre os sítios, sempre desacertados.
poderá tratar-se de uma sobrelotação de
determinados lugares sobre a escassez de outros, ou então são as vontades que
escolhem lugares de primeira classe, negando-se ao desconforto e à solidão, e logo
se apinham, umas sobre as outras, tornando o discernimento inexequível – todas no
mesmo saco.
dos vazios sabe-se que são desprivilegiados e insensatos e das
vontades que são demasiado comodistas. e é ser metade vontade que extravasa e
metade um vazio que nunca se completa – o aclamado equilíbrio demente das coisas.
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