17 de julho de 2014

velocímetro humano

a velocidade do indivíduo é uma questão de perspetiva. não temos um velocímetro incutido no nosso organismo ou, se o temos, não está sujeito a peritagens regulares estabelecidas por regras universais. o ritmo ao qual nos impomos deve sobrepor o ritmo que naturalmente nos guia? chegar o mais-breve-possível-ao-virar-da-esquina é assim tão importante? ou o que importa é o final da estrada? posso decidir correr e chegar mais rápido (estando inerente o risco de perceber erradamente a meta e chegar primeiro sim, mas ao sítio errado), posso abrandar o passo de forma a ajustar a minha velocidade à de outros, posso atrasar o passo e seguir o rumo que mais me convém, posso cortar caminho, posso vendar os olhos e ir sem destino. na realidade, posso tudo se não houver controlo do desconforto.

em boa e curta verdade, a velocidade gira em torno da tua sincronização e dessincronização com os outros e contigo mesmo. e, por muito que tentes, nunca irás saber a velocidade exata que percorres, nem que os outros percorrem, nem que tencionas correr. o problema (ou a virtude) do código do velocímetro humano é a inexistência de sinalização.

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