13 de julho de 2012

ironia.


 a vida é irónica,não a consigo ver de outra forma. já não se trocam apenas as roupas, nem os lençóis de cama,agora invertem-se papéis com tanta ou mais frequência do que a própria troca de roupa. num instante remoto somos papel principal passando, quase que em simultâneo, para figurante de cena. somos ‘o todo, num instante’, efémero. deambulamos de um lado para o outro, com rumo incerto mas, ainda assim, convencidos de que aquele é o caminho que queremos cruzar. somos camaleões sorrateiros, por vezes destemidos, quando nos tentamos camuflar no absurdo, cativados pela curiosidade alheia, pelo risco,pela troca de papéis. 
na verdade, cada um de nós descreve o seu filme enquanto personagem principal, o problema, ou a agradável surpresa, é quando assumimos presença no filme de outros. são muitos caminhos que se cruzam e ainda mais aqueles cujo caminho se deveria conjugar de outra forma. são caminhos que seguem juntos para sempre e outros que seguem rumos diferentes. são caminhos intermitentes. são caminhos de terra, caminhos com calçada portuguesa, são caminhos que se cruzam em dias de chuva e de sol. são atalhos. caminhos, todos eles responsáveis pelo filme de cada um de nós.
 o meu filme é diferente, sinto-me a narradora de todos os caminhos que comigo se cruzam, tendo a particularidade de ter uma visão global, tornando cada um dos meus passos muito mais meticulosos. 
às vezes gosto do meu filme, noutras vezes tenho vontade de mudar o guião.

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